Mercado da música: conectando artistas e fãs com chatbots no WhatsApp
Os chatbots não são novidade no mundo da música. Um dos primeiros do mundo foi lançado pela banda Radiohead, em 2001, na campanha do álbum Amnesiac. Chamado de GooglyMinotaur, o bot – ou “amigo automático”, como denominavam na época – rodava no extinto AOL Instant Messenger. A ação foi um grande marco em um tempo não tão distante em que Inteligência Artificial e robôs eram apenas ficção científica.
De lá pra cá, a ferramenta foi utilizada com sucesso por alguns artistas e gravadoras tanto em comunicação frequente com os fãs quanto em ações e campanhas específicas. Alguns exemplos foram os bots do rapper G-Eazy e do DJ Hardwell, em que os fãs podiam conversar com um robô que representava os artistas. Outra ação de sucesso neste mercado foi o bot da Live Nation, focado em interações sobre shows e vendas de produtos. Todos estes foram parte de campanhas e funcionaram no Messenger do Facebook, com foco no mercado norte-americano. No Brasil, um que ganhou bastante repercussão, também no chat do Facebook, foi o do cantor Luan Santana, com parte da ação de lançamento de seu single “Primeira Semana”, em 2016.
O boom do WhatsApp e a explosão dos chatbots
Agora, os chatbots voltam com tudo não apenas à pauta de artistas e gravadoras, mas de diversos outros setores, impulsionados pela acessibilidade de preço, aprimoramento da tecnologia, e pelo tamanho do WhatsApp no mercado brasileiro.
Para se ter ideia, 98% da população com idade entre 18 e 64 anos no Brasil, segundo estudos da Statista, usam o WhatsApp diariamente. Ou seja, é o meio de interação número um no país. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde o Facebook Messenger impera absoluto, a utilização do WhatsApp é feita por apenas 25% da população da mesma faixa etária.
Além disso, o WhatsApp se tornou uma consolidada ferramenta de vendas. Segundo pesquisa da Accenture, 83% dos brasileiros utilizam o WhatsApp em alguma parte da jornada de compras de produtos e serviços.
O estágio atual da inteligência artificial também faz com que a fluência das interações seja excelente e que as possibilidades da ferramenta acompanhem o tamanho da sua imaginação.
A carreira e os desafios do artista como ponto de partida
A ferramenta tem variações que se adequam a diferentes orçamentos e desafios. Aliás, antes de iniciar, é essencial fazer um bom planejamento do uso do chatbot e buscar um parceiro de tecnologia que seja capaz de prover a infraestrutura necessária e construir os fluxos de experiência, das conversas e de contatos entre os fãs e o bot.
Outro ponto é definir como a ferramenta vai auxiliar no desenvolvimento da carreira do artista e nos seus objetivos de curto, médio e longo prazos. É o primeiro passo antes mesmo de pensar na ferramenta em si. Como sua utilização pode contribuir com a carreira deste artista? Como o chatbot vai ajudar a vender mais, a conquistar mais fãs, e a crescer mais?
Relacionamento personalizado com os fãs
A personalização é um dos pontos que mais impressionam na utilização do chatbot. A personalidade e a forma de conversar do robô, por exemplo, podem realmente reproduzir a maneira como o artista, em tese, falaria caso estivesse ele mesmo digitando.
Do ponto de vista do fã, é possível saber muito sobre ele. Assim, além de ser possível prover conteúdo, informações e até mesmo realizar ofertas baseadas no seu perfil, a equipe de management, gravadora e o artista podem identificar exatamente com quem se está interagindo. Ou seja, dá para entender muito sobre o público e até mesmo ter um conhecimento mais pessoal sobre cada um.
É possível, por exemplo, saber nome, telefone, localização e, com base em perguntas e interações, informações como gostos pessoais, e-mail, outros artistas de interesse, perfis de consumo, etc. O importante é realizar a coleta de dados de forma transparente e dentro do que exige a Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD.
Entrega de conteúdo, informações e produtos relevantes
Com este nível de conhecimento personalizado sobre os fãs, é possível responder às suas solicitações e demandas com base no seu perfil específico. Sejam promoções, recomendações de playlists, informações sobre shows, histórias sobre o artista, relatos por trás de cada uma das suas músicas. As possibilidades, como já falamos antes, são ilimitadas. Um chatbot é estar sempre disponível ao contatos dos fãs, 24 horas, todos os dias, com respostas imediatas e relevantes, e uma atuação Omnichannel.
Envio de mensagens aos fãs
Falamos muito até agora sobre responder aos fãs. Um ponto que sempre gera dúvida é o seguinte: e se a ideia for enviar mensagens ativas ao usuário? Afinal, com o contato de cada um em mãos e novidades ocorrendo o tempo todo, nada mais tentador do que ser proativo e abordar a base com possibilidades. Por outro lado, o WhatsApp não permite o envio de ofertas promocionais de forma ativa. A ferramenta considera este tipo de atividade como spam, o que pode levar ao banimento da conta oficial que está sendo utilizada.
Existe uma forma autorizada para tal, importante de se ressaltar aqui. Quando o fã concorda em receber mensagens e cede seus dados para tal, as interações iniciadas pelo bot são possíveis. Isso é feito por meio de templates pré-aprovados pelo WhatsApp, também chamados High Structured Message (HSM).
Os HSM são mensagens que obedecem a uma estrutura rígida pré-aprovada pelo WhatsApp para autorizar você a enviar notificações automatizadas aos usuários, de forma que cumpram as regras da plataforma e a LGPD, sempre respeitando, acima de tudo, o consumidor.
Os bots além da internet: a interação entre ambientes físicos e digitais
O chatbot permite uma conexão enorme entre os ambientes digitais e físicos, como por exemplo, ao solicitar o CEP de um fã, ele recebe informações sobre os shows que serão realizados naquela região específica. No entanto, é possível ir muito além, principalmente no que diz respeito ao início e contexto das conversas, que podem, facilmente se tornar uma extensão de ações no ambiente de um show ou de uma campanha com painéis espalhados por uma cidade, por exemplo.
É mais ou menos assim. As interações com o bot, obviamente, podem ser iniciadas nos perfis do artista em mídias sociais, em anúncios, landing pages, site, e-commerce, entre outros. Acontece que elas também podem ser iniciadas a partir de qualquer superfície onde possa ser colocado um QR Code: um cartaz, um anúncio, uma embalagem, um painel, uma etiqueta. A combinação entre este tipo de código, WhatsApp e chatbots viabilizam a criação de experiências de engajamento extremamente poderosas, em qualquer lugar,
Experiências de consumo e engajamento na retomada dos shows
Com a volta iminente de shows e festivais, a ferramenta pode ajudar a potencializar a venda de produtos, a criar novas experiências com os fãs, prover conteúdos específicos, entre muitas outras possibilidades.
Este conceito, que vem sendo incorporado rapidamente pelo varejo, principalmente, é chamado de Figital (no inglês, Phygital). E se refere à integração entre a experiência do consumidor no ambiente digital e nos pontos de venda da marca, de forma fluída e natural.
No fim das contas, é indiscutível que os fãs querem uma relação cada vez mais próxima e personalizada com seus ídolos. Assim como também estão cada vez mais acostumados a receber respostas imediatas nos mais diversos contextos. Assim, os chatbots são uma forma incrível de aproximar esta relação e a gerar impacto positivo à carreira dos artistas e ao negócio da música.
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