Indústria 4.0: o que é e qual sua relação com a tecnologia?
Em uma indústria automotiva localizada no interior de São Paulo, peças são soldadas por robôs em questão de segundos, que sabem o torque exato de cada parafuso na linha de montagem. Carros são montados em uma velocidade 60% maior e a custo 50% menor do que antes da automação plena. É a empresa 4.0 em ação!
Ao seu lado, em uma fabricante de geradores, todas as fases de concepção, desenvolvimento e teste são levadas para a realidade virtual. É o que se convencionou chamar de gêmeo digital, tecnologia que permite que acertos e erros próprios na criação de novos produtos ocorram sem que seja necessário fabricar um único protótipo, culminando em menor custo de produção e eliminação de retrabalhos. Achou os dois casos interessantes? Então seja bem-vindo a era da Indústria 4.0.
Mas, se você imagina que essas transformações só terão vez na produção industrial, engana-se profundamente: no Direito, análise de julgados/interposição de recursos feitos por soluções de machine learning; na Educação, por meio do controle de desempenho escolar por sistemas que diagnosticam de forma “cirúrgica” as deficiências no aprendizado de cada estudante.
Isso sem falar nos modernos sistemas de mobile payment nas Finanças, e também no acompanhamento terapêutico com o auxílio da realidade virtual/aumentada na área da Medicina. Tudo isso representa maior agilidade, eficiência e lucros em tempos de 4ª Revolução Industrial. E a sua empresa, está preparada para se inserir nos novos ecossistemas digitais? Vamos então conhecer o que é a indústria 4.0, também conhecida como empresa 4.0, e a sua estreita relação com a tecnologia. Acompanhe!
O que é a Indústria 4.0?
Em 1780, a 1ª Revolução Industrial trouxe a máquina a vapor e o tear mecânico ao dia a dia da manufatura, levando os moradores do campo para o trabalho mecanizado nas fábricas. Cem anos mais tarde, o surgimento dos motores a combustão e a energia elétrica foram a tônica da 2ª Revolução Industrial, o que transformou completamente as metodologias de trabalho.
Já a partir da década de 1980, foi a vez da microeletrônica e dos primeiros computadores começarem a substituir antigos processos manuais, como a criação de documentos por datilografia e comunicação por FAX. Posteriormente, esse fluxo levou a evolução e à 3ª revolução industrial, graças à popularização dos computadores modernos e da internet, especialmente no mundo corporativo.
Já a indústria 4.0 é o resultado de constantes pesquisas e inovações que caracterizam a 4ª revolução industrial, marcada pelo avanço dos sistemas e processos produtivos, que ganhou maior impulso a partir de 2013, graças aos modelos alemães que integravam a tecnologia aos meios de produção. E isso tende a se expandir ainda mais nos próximos anos.
Por isso, as organizações tendem a migrar de atividades manuais e suscetíveis a falhas humanas para a automatização de tarefas e o uso de soluções cada vez mais elaboradas em uma velocidade cada vez mais rápida.
Todas essas transformações foram a base para o que estamos assistindo agora, uma gradual junção de tecnologias físicas, digitais e biológicas, impulsionadas por fenômenos como a computação em nuvem, Big Data e Internet das Coisas (IoT), além de novas gerações de tecnologia móvel (como o 5G).
Drones, impressoras 3D e equipamentos de realidade aumentada são os porta-bandeiras dessa fusão sem precedentes entre o mundo virtual e o real, de fábricas inteligentes, produção agrícola controlada por telemetria, treinamentos por realidade virtual na qual os objetos são conectados à internet, estabelecendo uma teia infinita de interconexões — além de mudar completamente as relações de trabalho, que se tornam mais dinâmicas com o uso de dispositivos móveis.
Quais são os pilares da indústria 4.0?
Ainda que essa pareça uma realidade distante para alguns gestores e empreendedores, a indústria 4.0 está presente no cotidiano e tende a ganhar cada vez mais espaço no mercado, acirrando ainda mais a competitividade entre as organizações.
No entanto, existem alguns pilares fundamentais para o desenvolvimento da indústria 4.0 nas companhias. Conheça mais sobre eles!
Big Data analytics
O Big Data analytics é caracterizado pelo tratamento de gigantesco volume de dados relacionados à empresa e ao mercado no qual ela atua. Essa tecnologia integra as informações coletadas e armazenadas em softwares para serem analisadas e qualificadas posteriormente. Depois de filtradas, as mais relevantes são selecionadas automaticamente para a aplicação na estratégia do negócio.
Esse tratamento de dados é baseado na teoria dos 6 Cs. São eles:
- cloud computing (Computação em nuvem);
- conteúdo (dados da empresa, clientes, fornecedores e demais pessoas de interesse);
- cyber (informações relevantes coletadas pelo Big Data para a estratégia do negócio);
- comunidade (para o compartilhamento de informações);
- conexão (principalmente com a rede industrial e de fábricas);
- customização (personalização de produtos e serviços).
A partir de relatórios gerenciais, o gestor é capaz de tomar decisões mais acertadas e traçar metas certeiras para alavancar ainda mais o negócio.
Inteligência de negócios
Outro pilar que merece destaque na indústria 4.0 está ligado aos novos modelos de negócio. Com o processo de customização de produtos, os consumidores se sentem mais atraídos pela empresa, que é capaz de ir além de suas necessidades e superar as expectativas dos clientes.
No entanto, esse pilar é adotado lentamente pelas companhias, visto que seu custo de implantação é alto. Por outro lado, trata-se de um componente chave para o aumento do Retorno do Investimento (ROI) da empresa 4.0. Como as máquinas trabalharão com sistemas inteligentes, a personalização das preferências dos clientes terá prioridade.
Dessa forma, o relacionamento com o consumidor ganha força. Além disso, com as ferramentas de tecnologia disponíveis, gestores e empreendedores são capazes de lidar com informações ricas sobre o seu público-alvo e traçar novas metas com base em dados precisos voltados para a inteligência de negócios, aumentando significativamente o êxito da organização, principalmente em médio e longo prazo. Por isso, quem quer crescer não pode deixar a inovação de lado!
Uso de informação em tempo real para reformulação de estratégias de negócio
Com a evolução da Internet das Coisas (IoT), trabalha-se cada vez mais com máquinas, ambientes, dispositivos móveis e computadores conectados à web, o que permite a coleta e a troca de dados entre eles. Essa cadeia de desenvolvimento permite a transmissão de dados em tempo real, já que os processos funcionam à base de sensores, permitindo a comunicação de equipamentos físicos e sistemas virtuais.
As estratégias de negócio também passam por reformulações, já que devem ser orientadas para o aumento da produção, redução de custos e constante aprimoramento tecnológico. Por isso, a plataforma técnica deve ser estruturada com sistemas de otimização, banco de dados robusto e redes de informações complexas.
A partir desses pilares, a tecnologia permite que a organização se transforme em uma empresa 4.0, orientada para a integração da cadeia produtiva, eficiência e alto desempenho. Isso leva a um processo de estruturação técnica que culmina em um controle de processos com menor incidência de erros, com ativos on-line e tomada de decisão baseada no Big Data.
Dá para adiar essas novas implementações tecnológicas?
Assim como o surgimento do motor de combustão interna simplesmente “dizimou” quem fabricava carruagens e insistiu em manter-se alheio à tempestade tecnológica do momento, será difícil para uma empresa atual continuar competitiva sem adaptar a sua infraestrutura de Telecom/TI às exigências de um mundo corporativo inteiramente conectado e ágil.
Aliás, o atraso das companhias brasileiras na integração das inovações físicas e digitais torna esse “tsunami” uma oportunidade incrível para as organizações visionárias que se lançarem às tecnologias e se transformarem em empresa 4.0. Dar um passo em direção ao futuro pode levar empreendimentos comuns ao domínio completo do mercado em médio e longo prazo, principalmente aquelas que contam com uma fornecedora de tecnologia confiável.
Entretanto, desde já é preciso alinhar a infraestrutura de TI para esse iminente maremoto de conexões, que promete não deixar pedra sobre pedra nas corporações mais conservadoras, aquelas que ainda trabalham no modelo analógico (e obsoleto!). Agora, ele é digital e mais conectado aos clientes e parceiros comerciais, gerando maior competitividade no mercado.
Por que a infraestrutura de TI é o ponto de partida para a empresa 4.0?
Todo o processo de automação de tarefas que conduzirá essa transformação digital passa pela velocidade na comunicação e no tráfego de dados. Reflita sobre a seguinte ideia: como uma organização que sequer tem estrutura para implementar o BYOD (Bring Your Own Device), ou que ainda gasta rios de dinheiro com contas telefônicas (porque não aderiu à telefonia digital), pode pensar em aprimorar suas atividades e gerar melhores resultados?
Se você deseja que o seu negócio avance no processo de inovação e se torne mais forte no mercado, é preciso planejar a inserção de elementos que facilitem a gestão de dados. Um exemplo é o VOIP (Voz Sobre o Protocolo de Internet), que permite transformar uma chamada telefônica para que ela seja realizada via internet (com custos muito mais baixos do que os da telefonia tradicional), além do PABX.
É preciso pensar também em substituir sistemas legados (antigos) em direção à implantação de uma solução em gestão empresarial que inclua informações de todos os departamentos da empresa, tornando-a mais ágil, dinâmica e, sobretudo, com maior mobilidade e focada na tecnologia digital. Assim como a maior parte dos ERPs (Enterprise Resource Planning — em português, Sistema Integrado de Gestão Empresarial) modernos trabalham com base na computação em nuvem.
Esse é o primeiro passo para dar maior flexibilidade aos seus negócios, além de assegurar uma base de dados ampla que possa ser trabalhada por meio de ferramentas de Big Data e aprimorar os processos da organização.
Você pode pensar também em adotar tecnologias apoiadas em redes neurais para aprimorar e reduzir custos no atendimento ao cliente, além de ramais móveis para proporcionar maior dinamismo ao seu call center. Perceba que pequenas implementações fornecem o alicerce para que a sua companhia possa pensar mais alto, trazendo para dentro da rotina organizacional a automatização de procedimentos, a análise de dados e a mobilidade — elementos fundamentais da Indústria 4.0.
Quais os principais desafios da indústria 4.0?
É inegável que a indústria 4.0 traz grandes benefícios e inovações para a organização, que vão muito além do aumento da produtividade e dos lucros do negócio. No entanto, transformar-se em uma empresa 4.0 é uma transição repleta de desafios.
Com o uso de sistemas integrados e facilidade de acesso aos dados, os cibercriminosos também se atualizam. Nesse contexto, os problemas de segurança merecem atenção em dobro. Problemas técnicos também são fatores que devem ser observados pelo gestor, principalmente em ambientes fabris, já que a interrupção das atividades gera prejuízos para a companhia. Portanto, apostar na manutenção preventiva faz toda a diferença.
Assim, a formação de bancos de dados confiáveis, a estabilidade de cada solução tecnológica e sua integração aos sistemas atuais de produção são os grandes desafios da indústria 4.0.
Como aprender com o (triste) caso da Kodak?
Em 1998, a Kodak tinha nada menos do que 170 mil funcionários, e era responsável por quase toda a comercialização de papel fotográfico no planeta. Poucos anos mais tarde, decretou falência em virtude da inundação da tecnologia que disseminou a fotografia digital em todos os pontos do Globo. De fato, na evolução corporativa e na empresa 4.0, só há espaço para os visionários.
Você não vai querer que a história de sua companhia tenha um capítulo como esse, certo? Então, comece desde já a fazer a transição de seus processos, com especial atenção aos que ainda estão perdidos no século XX: plataformas de comunicação PABX ultrapassadas (as modernas já tomaram conta do mercado), banda larga em vez de soluções em link dedicado, armazenamento local em vez da agilidade da computação em nuvem etc. É preciso estar constantemente à frente de sua concorrência.
O futuro (próximo) da empresa 4.0 prevê grandes avanços, como o uso de caminhões autônomos para reduzir o tempo de transporte de mercadorias, supercomputadores com altíssima precisão na identificação precoce de células cancerígenas, bancos que validam a identidade dos correntistas nas agências mediante análise de sua forma de caminhar (capturada nas câmeras das instituições) e muito mais!
Quer saber mais sobre como aprimorar o desempenho da sua empresa e entrar de vez na indústria 4.0? Então não deixe de conhecer as nossas soluções. Entre em contato conosco e conheça as tecnologias que podem trabalhar a seu favor e fazer o seu negócio crescer e gerar mais lucros!